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Abigail de Andrade,
Sem Título ( 1º Autorretrato),
1881, Coleção
Particular.
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Abigail de Andrade,
Mulher sentada
à escrivaninha (Autorretrato),
1890, Coleção Particular.
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Abigail de Andrade nasceu em Vassouras, RJ em 1864 e
morreu em Paris em 1890. Foi uma pintora e desenhista brasileira, premiada com
a medalha de ouro por trabalhos expostos no Salão Imperial de 1884.
Sabe-se muito pouco sobre a vida dessa pintora
fluminense. Aos 18 anos, em março de 1882, participou da primeira exposição
organizada pela Sociedade Propagadora das Belas Artes, concorrendo na seção de
desenhos com meia dúzia de trabalhos, tendo a crítica louvado a excelente
qualidade deles. Sabe-se que estudou no Liceu de Artes e Ofícios e que foi
aluna de Angelo Agostini e de Joaquim José Insley Pacheco.
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Abigail de Andrade,
Um
canto do meu ateliê
(Autorretrato),
1884, Coleção Particular.
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Abigail expôs na Exposição Geral de Belas Artes, no
ano de 1884, numa época em que as mulheres eram estimuladas a procurar a
pintura e o desenho apenas como amadoras e por puro passatempo. O famoso
crítico de arte Gonzaga Duque escreveu que Abigail de Andrade, ao contrário das
demais pintoras de seu tempo e enfrentando o preconceito existente contra as
mulheres, fez da pintura a sua profissão.
Nessa Exposição que foi a última, a maior e a mais
brilhante a ser realizada no Segundo Reinado, Abigail participou na seção de
pintura, apresentando quatorze trabalhos: quatro óleos representando cenas do
cotidiano, dois retratos, três cópias e cinco estudos de desenho. Apesar de
estreante, Abigail de Andrade foi premiada com a "Primeira Medalha de Ouro",
prêmio que dividiu com Thomas Georg Driendl, Giovanni Battista Castagneto e
Georg Grimm. Pelo renome de seus companheiros de premiação, jamais poderia ter
exposto trabalhos medíocres. Dois óleos destacavam-se dentre o total da obra
apresentada, e foram eles que geraram o cobiçado prêmio: Cesto de compras e Um canto
do meu ateliê.
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Abigail de Andrade,
O Cesto de Compras, 1884.
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No ano de 1886 promoveu duas exposições individuais
no Rio de Janeiro. A primeira realizou-se na Casa Vicitas e a segunda na Casa
Costrejean.
A artista é também lembrada pelo trágico
envolvimento amoroso com seu professor, Angelo Agostini, homem casado, artista respeitado e influente na época, o que foi um grande escândalo na época. Abigail
engravidou deste em 1888 e, devido ao preconceito da sociedade, teve que
refugiar-se com o professor em Paris, levando consigo a pequena Angelina
Agostini, que viria a ser, também, uma artista consagrada. Na capital francesa,
perdeu o segundo filho após o parto, e morreu logo a seguir.
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Abigail de Andrade, Niterói,
1885,
Coleção Particular, Rio de Janeiro.
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É muito pequeno o número de trabalhos atualmente
conhecidos de Abigail. Suas obras estão datadas entre os anos de 1881 a 1889 e estima-se que não tenha pintado mais do que cinquenta quadros, numa avaliação otimista. Sabe da
existência de um número muito menor do que esta estimativa, o que leva a concluir que outras obras estão perdidas ou incógnitas.
Em 1947, num artigo publicado
no Boletim de Belas Artes intitulado "Angelo Agostini e o Salão de
1884", Carlos da Silva Araújo reproduziu o Cesto de Compras em desenho de Agostini, lamentando nunca ter encontrado o nome e a obra de Abigail em livros, catálogos ou revistas.
A revelação pública da obra de Abigail de Andrade
só viria a acontecer em 1989 com o aparecimento do livro 150 Anos de Pintura
no Brasil que traz, em cores, a reprodução de três óleos da pintora
pertencentes à famosa coleção do advogado carioca Sérgio Fadel.
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Abigail de Andrade,
Estrada
do Mundo Novo
com Pão de Açúcar ao fundo,
1888, Coleção particular.
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A segunda surpresa estaria presente na original
exposição Mulheres Pintoras promovida pela Sociedade dos Amigos da Arte de São
Paulo (Sociarte), em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, e
realizada nos meses de agosto a outubro de 2004. Entre os trabalhos expostos,
chamava a atenção um pequeno quadro a óleo de 34 x 23 cm, No Ateliê, assinado por
Abigail e datado de 1881, pertencente ao colecionador Francisco Asclépio Barroso Aguiar, de
Salvador. Esta obra não era a mesma apresentada pela pintora, no Salão de 1884, com o título Um
Canto do meu Ateliê, apesar da quase identidade de ambos os títulos.
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Abigail de Andrade,
Estendendo a roupa
(Óleo sobre tela - 45,5 x 57,3), 1888.
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Adaptação
Gisèle Pimentel
Fonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abigail_de_Andrade
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Abigail de Andrade,
A Hora do Pão, 1889.
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Abigail de Andrade, Trecho
de paisagem
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Abigail de Andrade, Corcovado.
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