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lundi 15 octobre 2018

Abigail de Andrade, pintora, Brasil - 1864-1890

Abigail de Andrade, Sem Título ( 1º Autorretrato),
1881, Coleção Particular.


Abigail de Andrade, Mulher sentada 
à escrivaninha (Autorretrato), 
1890, Coleção Particular.
Abigail de Andrade nasceu em Vassouras, RJ em 1864 e morreu em Paris em 1890. Foi uma pintora e desenhista brasileira, premiada com a medalha de ouro por trabalhos expostos no Salão Imperial de 1884.

Sabe-se muito pouco sobre a vida dessa pintora fluminense. Aos 18 anos, em março de 1882, participou da primeira exposição organizada pela Sociedade Propagadora das Belas Artes, concorrendo na seção de desenhos com meia dúzia de trabalhos, tendo a crítica louvado a excelente qualidade deles. Sabe-se que estudou no Liceu de Artes e Ofícios e que foi aluna de Angelo Agostini e de Joaquim José Insley Pacheco.

Abigail de Andrade, 
Um canto do meu ateliê 
(Autorretrato), 
1884, Coleção Particular.
Abigail expôs na Exposição Geral de Belas Artes, no ano de 1884, numa época em que as mulheres eram estimuladas a procurar a pintura e o desenho apenas como amadoras e por puro passatempo. O famoso crítico de arte Gonzaga Duque escreveu que Abigail de Andrade, ao contrário das demais pintoras de seu tempo e enfrentando o preconceito existente contra as mulheres, fez da pintura a sua profissão.

Nessa Exposição que foi a última, a maior e a mais brilhante a ser realizada no Segundo Reinado, Abigail participou na seção de pintura, apresentando quatorze trabalhos: quatro óleos representando cenas do cotidiano, dois retratos, três cópias e cinco estudos de desenho. Apesar de estreante, Abigail de Andrade foi premiada com a "Primeira Medalha de Ouro", prêmio que dividiu com Thomas Georg Driendl, Giovanni Battista Castagneto e Georg Grimm. Pelo renome de seus companheiros de premiação, jamais poderia ter exposto trabalhos medíocres. Dois óleos destacavam-se dentre o total da obra apresentada, e foram eles que geraram o cobiçado prêmio: Cesto de compras e Um canto do meu ateliê.

Abigail de Andrade, 
O Cesto de Compras, 1884.
No ano de 1886 promoveu duas exposições individuais no Rio de Janeiro. A primeira realizou-se na Casa Vicitas e a segunda na Casa Costrejean.

A artista é também lembrada pelo trágico envolvimento amoroso com seu professor, Angelo Agostini, homem casado, artista respeitado e influente na época, o que foi um grande escândalo na época. Abigail engravidou deste em 1888 e, devido ao preconceito da sociedade, teve que refugiar-se com o professor em Paris, levando consigo a pequena Angelina Agostini, que viria a ser, também, uma artista consagrada. Na capital francesa, perdeu o segundo filho após o parto, e morreu logo a seguir. 
Abigail de Andrade, Niterói, 1885, 
Coleção Particular, Rio de Janeiro.

É muito pequeno o número de trabalhos atualmente conhecidos de Abigail. Suas obras estão datadas entre os anos de 1881 a 1889 e estima-se que não tenha pintado mais do que cinquenta quadros, numa avaliação otimista. Sabe da existência de um número muito menor do que esta estimativa, o que leva a concluir que outras obras estão perdidas ou incógnitas.

Em 1947, num artigo publicado no Boletim de Belas Artes intitulado "Angelo Agostini e o Salão de 1884", Carlos da Silva Araújo reproduziu o Cesto de Compras em desenho de Agostini, lamentando nunca ter encontrado o nome e a obra de Abigail em livros, catálogos ou revistas.

A revelação pública da obra de Abigail de Andrade só viria a acontecer em 1989 com o aparecimento do livro 150 Anos de Pintura no Brasil que traz, em cores, a reprodução de três óleos da pintora pertencentes à famosa coleção do advogado carioca Sérgio Fadel.

Abigail de Andrade, 
Estrada do Mundo Novo 
com Pão de Açúcar ao fundo, 
1888, Coleção particular.
A segunda surpresa estaria presente na original exposição Mulheres Pintoras promovida pela Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo (Sociarte), em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, e realizada nos meses de agosto a outubro de 2004. Entre os trabalhos expostos, chamava a atenção um pequeno quadro a óleo de 34 x 23 cm, No Ateliê, assinado por Abigail e datado de 1881, pertencente ao colecionador Francisco Asclépio Barroso Aguiar, de Salvador. Esta obra não era a mesma apresentada pela pintora, no Salão de 1884, com o título Um Canto do meu Ateliê, apesar da quase identidade de ambos os títulos.
Abigail de Andrade, Estendendo a roupa 
(Óleo sobre tela - 45,5 x 57,3), 1888.

 No mesmo ano de 2004, os amantes das artes plásticas puderam conhecer novas obras de Abigail de Andrade, quando foi lançada na Coleção Fadel a luxuosa obra O Brasil do Século XIX, de Alexei Bueno.

Adaptação
Gisèle Pimentel

Fonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abigail_de_Andrade
Abigail de Andrade, 
A Hora do Pão, 1889.

Abigail de Andrade, Trecho de paisagem








Abigail de Andrade, Corcovado.



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