Buscando...

lundi 21 mai 2018

Mary Cassatt, pintora, Estados Unidos - 1843(ou 1844)-1926

Autorretrato (por volta de 1878), 
Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Mary Stevenson Cassatt, ou simplesmente Mary Cassatt, foi uma pintora e gravurista norte-americana nasceu em 22 de maio de 1844 em Allegheny, Pensilvânia (EUA) e morreu em 14 de junho de 1926 em Mesnil-Théribus em França, onde está enterrada.

Mary Cassatt (de frente) com 
Mme. Joseph Durand-Ruel, em 1910.
Arquivos Durand-Ruel.
Segundo seus biógrafos, Mary Cassatt teria nascido em 22 de maio de 1844 em Allegheny City, que atualmente faz parte de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), mas em sua certidão de óbito e em sua tumba em Mesnil-Théribus encontra-se a data de 24 de maio de 1843. Mary era a quarta dentre os filhos de Robert Simpson Cassat (posteriormente Cassatt) e de Katherine Kelso Johnston. A família de Mary Cassatt pertencia à grande burguesia norte-americana, originária de imigrantes franceses huguenotes, vindos da Holanda após deixarem a França antes da revogação do Edito de Nantes. Os Cossart chegaram aos Estados Unidos em 1662 e, por volta de 1800, seu nome mudou para Cassatt. O pai de Mary, Robert Simpson Cassatt (1806-1891), era um homem de negócios. Sua mãe, Katherine Kelso Johnston (1816-1895), filha de uma família abastada, recebeu uma excelente educação, e falava fluentemente o francês. Tiveram sete filhos: Katherine e George, mortos ainda crianças, Lydia Simpson Cassatt (1837-1882), Alexander Johnston Cassatt (1839-1906), Robert Kelso Cassatt (1842-1855), Mary (1844-1926) e Joseph Gardner Cassatt (1849-1911). Mesmo reconhecendo suas origens francesas, Mary Cassatt se sentia profundamente americana.

No balcão durante o Carnaval (1872).
Aos sete anos de idade, a artista precisou deixar os Estados Unidos rumo à Europa junto com seus pais, indo se instalar em Paris. Foram para consultar médicos por conta de um câncer ósseo que acometera seu irmão Robbie, doença que o mataria em 1855. Na França, Mary aprendeu francês e alemão, visitou museus e galerias de arte. Em 1855 a família retornou à Pensilvânia, onde Mary fez aulas de desenho.

O Toureiro e a Mocinha (1873)
Em 1860, Mary iniciou sua formação artística ao entrar para a Academia de Belas Artes da Pensilvânia, onde aprendeu os rudimentos de sua arte, todavia ela se decepcionou com a formação que ali recebeu (“na Academia da Filadélfia, a gente desenhava da forma como dava a partir de cópias velhas ou de antigas esculturas em gesso. Não havia ensinamentos”, explicou ela a Achille Segard, Segard, p. 6). Ao final do segundo ano Mary deixou a Academia. Em 1865, voltou a Paris com sua mãe e uma colega de estudos, Eliza Haldeman. Katherine retornou aos EUA, deixando as duas moças na “cidade luz”, onde estudaram pintura com o mestre Paul-Constant Soyer. Também se inscreveram na turma de Charles Chaplin (o pintor e gravador francês), onde aprenderam a arte do retrato e obtiveram suas carteiras de copistas do Louvre. Mary foi aluna do pintor Jean-Léon Gérôme e com Eliza visitou Barbizon, num de seus primeiros contatos com a pintura impressionista. Em 1868, sua Joueuse de mandoline (A bandolinista) é aceita no Salão de Paris, onde ela descobriria as obras de Manet e Courbet.

Ida (1874).
Em 1870 a guerra estourou na França, fazendo Mary retornar à Pensilvânia. No ano seguinte a artista voltou à Europa numa visita a Londres, Paris e Turim. Depois se instalou em Parma, onde estudou sobre Correggio, desenvolvendo sua arte da pintura e se iniciando, junto a Carlo Raimondi, na arte da gravura. Mais tarde, Mary partiu para a Espanha, onde descobriu as obras de Rubens do Museu do Prado, que a levaram a visitar Anvers. Foi a partir de seus estudos sobre Rubens que ela adquiriu o senso de luz e o gosto pelas cores claras.

Lydia num balcão
usando um colar de pérolas (1879).
Em 1872, o Salão de Paris aceitou suas obras Sur le balcon durant le carnaval (No balcão durante o Carnaval, 1872), Le Torero et la jeune fille (O Toureiro e a Mocinha, 1873) e Ida (1874). Esta última atraiu a atenção de Degas para a artista. Mary, então, se instalou em Paris, onde continuou seus estudos junto a Couture. Em 1875, seu Portrait de Lydia (Retrato de Lydia) foi recusado pelo Salão de Paris, mas acabou sendo aceito depois que ela escureceu seu fundo. Naquele ano, Mary conheceu Degas, que viria a ser seu mestre, de quem recebeu o conselho de juntar-se aos impressionistas.

A xícara de chá (1880).
Quando em 1877 seu último quadro foi recusado pelo Salão, Degas a encorajou a expor na Quarta Exposição de Pinturas Impressionistas em 1879. Mary, então, expôs ali seu quadro Lydia dans une loge portant un collier de perles (Lydia num balcão usando um colar de pérolas, 1879) e La tasse de thé (A xícara de chá). Mary enviou onze obras a serem expostas nesse evento.

Mary Cassat se sentia à vontade no meio impressionista. Mesmo sendo uma figura um pouco atípica naquela corrente, sendo mais retratista que paisagista, ela possuía o gosto pelo trabalho ao ar livre. Seu senso de cor e sua busca pelo realismo não eram incompatíveis com o lirismo e o sentimentalismo próprios ao impressionismo. Sem ser propriamente uma discípula dos mestres impressionistas, ela se encontrava frequentemente com Degas, e admirava Pissarro, junto a quem ela acabou indo trabalhar. Mary se tornou muito amiga de Berthe Morisot.

Por esse tempo seus pais foram se instalar em Paris junto com sua irmã Lydia, para que esta pudesse se tratar de uma doença do fígado, e nesse período Mary pintou diversos retratos intimistas de mulheres (1880). Após a morte da irmã em 1882, Mary iniciou uma série de retratos de mães e filhos, que se tornaram seus principais objetos de estudo.

Em 1880 Mary participou da quinta exposição de pintores impressionistas e, em 1881, da sexta, mas no ano seguinte acompanhou Degas na decisão de não participar do evento. Este vivia um conflito com Renoir, Monet, Cézanne e Sisley, que não queriam aceitar novos pintores no grupo dos impressionistas. Mary só viria a participar da oitava exposição dos impressionistas, em 1886.

A Meia (v 1891).
A artista também era agente e conselheira de grandes amadores da pintura, especialmente o casal  Louisine e Henry Osborne Havemeyer (quando era estudante em Paris, ela havia sido colega de Louisine) e colaboradora de Paul Durand-Ruel quando este, junto com seu filho Charles, partem em 1886 para os Estados Unidos com cerca de 300 quadros da Escola Impressionista.

Mulher fazendo a toilette, 
(1891), ponta seca 
e aquatinta.
Quando em 1891 a Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores Franceses exclui da exposição na Durand-Ruel todos os artistas estrangeiros, Mary Cassatt, indignada, aluga na mesma Durand-Ruel duas salas para expor seus quadros e os de Pissarro. Félix Fénéon lhe consagrou uma crônica elogiosa no jornal Le Chat noir.

Depois do banho, 1891,
ponta seca e aquatinta,
30 x 22.9 cm,
Clark Art Institute.
Em 1890, Mary acabou sendo influenciada em sua arte graças à visita a uma exposição sobre gravura japonesa, tornando-a uma admiradora das obras de Utamaro e de Toyokuni. Mesmo que a estética da estampa japonesa a a tenha influenciado fortemente, a artista não adotou a técnica da xilogravura, característica das produções extraorientais. Ela preferia as técnicas de entalhe suave, e praticava a ponta seca, a água-forte e a aquatinta. Seu talento para esta última técnica, extremamente difícil, lhe valeu uma grande admiração entre seus companheiros artistas. Mary expôs dez de suas águas-fortes em sua primeira exposição particular, em 1891, na Durand-Ruel, onde realizaria mais quatro mostras, bem como na Ambroise Vollard. Expôs também no estrangeiro: em Nova York (1895-1903) e em Manchester (1907).
O banho da criança (1894).

Mary continuou sua série de retratos de mulheres e crianças. Conforme Segard, foi no período de 1890-1910 que ela atingiu o ápice de sua arte, feliz resumo entre o ascetismo da gravura japonesa e a abundância de cores do seu período impressionista, evoluindo de acordo com seu humor entre essas diferentes tendências.



Margot em azul (1902).
A artista também era agente e conselheira de grandes amadores da pintura, especialmente o casal  Louisine e Henry Osborne Havemeyer (quando era estudante em Paris, ela havia sido colega de Louisine) e colaboradora de Paul Durand-Ruel quando este, junto com seu filho Charles, partem em 1886 para os Estados Unidos com cerca de 300 quadros da Escola Impressionista.

Quando em 1891 a Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores Franceses exclui da exposição na Durand-Ruel todos os artistas estrangeiros, Mary Cassatt, indignada, aluga na mesma Durand-Ruel duas salas para expor seus quadros e os de Pissarro. Félix Fénéon lhe consagrou uma crônica elogiosa no jornal Le Chat noir.


Mãe e filho (1903), pastel.
Em 1890, Mary acabou sendo influenciada em sua arte graças à visita a uma exposição sobre gravura japonesa, tornando-a uma admiradora das obras de Utamaro e de Toyokuni. Mesmo que a estética da estampa japonesa a a tenha influenciado fortemente, a artista não adotou a técnica da xilogravura, característica das produções extraorientais. Ela preferia as técnicas de entalhe suave, e praticava a ponta seca, a água-forte e a aquatinta. Seu talento para esta última técnica, extremamente difícil, lhe valeu uma grande admiração entre seus companheiros artistas. Mary expôs dez de suas águas-fortes em sua primeira exposição particular, em 1891, na Durand-Ruel, onde realizaria mais quatro mostras, bem como na Ambroise Vollard. Expôs também no estrangeiro: em Nova York (1895-1903) e em Manchester (1907).

Retrato de criança (1907).
Mary continuou sua série de retratos de mulheres e crianças. Conforme Segard, foi no período de 1890-1910 que ela atingiu o ápice de sua arte, feliz resumo entre o ascetismo da gravura japonesa e a abundância de cores do seu período impressionista, evoluindo de acordo com seu humor entre essas diferentes tendências.

Em 1892, a artista recebeu a encomenda de um afresco, atualmente perdido, para o prédio das mulheres da Exposição de Chicago. Dois anos mais tarde, ela comprou o Castelo de Beaufresne em Mesnil-Théribus, o qual se tornou sua residência de verão. De 1912 a 1924, Mary dividiu seu tempo entre Beaufresne e a Villa Angellito, em Grasse.

Imóvel da Rua de Marignan 
(8º distrito de Paris), 
onde Mary Cassatt morou 
de 1887 até a sua morte.
Seu quadro Caresse (Carícia) lhe valeu, em 1904, o prêmio Walter Lippincott, mas Mary o recusou por conta de seu espírito de independência. No mesmo ano, foi condecorada com a Legião de Honra.

Seu pai morreu em 1891, sua mãe em 1895 e seu irmão, Gardner, em 1911. Essas perdas a afetaram profundamente, e Mary acabou caindo em depressão. O diabetes e a catarata lhe arruinaram as vistas, obrigando-a a parar de pintar em 1914, cegando-a definitivamente em 1921. Morreu em 14 de junho de 926 e foi enterrada em Mesnil-Théribus.


Placa na fachada da Rua de Marignan, nº 10.
Amiga de Edgar Degas, frequentemente ela se ligou ao impressionismo, que teve grande influência sobre sua obra precoce. Todavia, suas pinturas, gravuras e desenhos realizados na maturidade devem ser comparados aos produzidos pela geração de pintores pós-impressionistas: Toulouse-Lautrec, ou ainda os Nabis, com quem Mary partilhava um nítido interesse pelos pintores e gravadores de ukiyo-e, período do japonismo.

Castelo de Beaufresne no Beauvaisis, 
casa de campo adquirida 
por Mary Cassatt em 1894.
Mary exerceu igualmente a atividade de agente e conselheira de grandes amantes da pintura. Seus quadros continuam a ser mostrados em exposições coletivas ou individuais. Seu nome está inscrito no National Women's Hall of Fame (Corredor Nacional da Fama das Mulheres).



O Toreador (1873), 
Instituto de Arte de Chicago.
Exposições:

França
Grupo dos impressionistas
Abril-Maio de 1879
Abril de 1880
Abril de 1881
Maio-Junho de 1886
Exposições particulares
Galerias Durand-Ruel – Abril de 1891
Galerias Durand-Ruel - Novembro-Dezembro de 1893
Galeria Ambroise Vollard - 1907
Galerias Durand-Ruel – Novembro de 1908
Galeria Bernheim-Jeune Março de 1936 : Exposição de Mulheres Artistas Modernas

Menininha num sofá azul (1878), 
National Gallery of Art, Washington.
Estados Unidos
Nova York - Galerias Durand-Ruel - Abril de 1895
Nova York - Galerias Durand-Ruel - Novembro de 1903
Pittsburgh – Centenário da Academia da Pensilvânia - 1905

A Barca (1893-1894), 
National Gallery of Art, Washington.
Inglaterra
Manchester - Nova York - Galerias Durand-Ruel – Dezembro de 1907-Janeiro de 1908

Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

Referências:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Mary_Cassatt
http://www.the-athenaeum.org/art/list.php?m=a&s=tu&aid=374

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire